sábado, dezembro 24, 2011

Presente de Natal


Conversava com umas amigas sobre o corre corre no Natal e sobre os gasto e compras que fazemos com a troca de presentes nesta data. E como realmente começou essa prática citamos então o bispo Nicolau  que rico , caridoso e louco por crianças as presenteava e jogando até mesmo presentes pelas janelas, a fim de agradá-las.
Alguém que entrou na conversa afirmou ter surgido na Roma antiga, na festa da Saturnália , onde uma semana os pessoas saiam as ruas e se presenteavam como uma forma de confraternização e onde tudo era permitido : música, comilança e sexo. E que a Igreja Católica  apropriou-se dessa prática pagã , para comemorar essa data
E por último conversamos sobre a versão de cunho religioso se deu pelo nascimento de Jesus , quando recebeu no seu nascimento mirra, incenso e ouro dos três Reis magos : Baltazar , Belchior e Gaspar.
Elas continuavam a falar sobre o assunto e meu pensamento desviava e reparei o quanto estava feliz ali ao redor de pessoas queridas e amigas me fez pensar o que é realmente era um presente. Encontrar com os amigos depois de tanto tempo e como se tivéssemos nos encontrado ontem. E ter certeza que a amizade não se perde.
Passar por apertos profissionais e financeiros que mudam tudo aquilo que havia traçado pra você pode e que desmoronam de uma hora para outra. Mas conseguir achar soluções ou adequar-se as novas situações , acreditando no provérbio popular : “que na vida tudo tem solução e que só não tem solução para morte.”
Ter encontros e desencontros amorosos , sabendo que eles podem ou não dar certos , mas o que importa é reacender a chama muitas vezes apagadas pela desilusão , mais  escolher o amor até o fim.
 E principalmente estar com saúde para viver tudo isso, passando por adversidades, tristezas , mas também brindando a alegria e as conquistas,  o que é realmente mais do que um presente Natalino.
FELIZ NATAL A TODOS OS LEITORES QUE ACOMPANHARAM O BLOG DURANTE UM ANO , O QUE REALMENTE FOI UM PRESENTE.
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terça-feira, dezembro 20, 2011

Tempo da delicadeza


Acho que mesmo para quem nada pouco de metrô , de vê saber que no fim do horário de trabalho é sempre cheio e nessa época de fim de ano , onde até as pessoas que não freqüentam transporte público , utilizam-se do mesmo e ai já viu como a coisa piora.
E ontem nessa quase briga para entrar no vagão , duas senhoras me empurravam ferozmente para que entrasse e eu educadamente respondi : “ Calma, tem um senhor de bengala na minha frente.” Elas me fuzilaram com o olhar e uma delas disse : "Não interessa , empurra mesmo assim.” A outra mulher , olhou para amiga e falou : É isso mesmo. Onde já se viu sair de casa com bengala nessa época. Um rapaz ao meu lado , que ouvia a tudo balançou a cabeça estupefato , assim como eu, que diante do narrado fingi não ouvi mais os comentários nada gentis das bem vestidas mulheres , embora ambas sem nenhuma elegância. Esperei o alheio senhorzinho passar a minha frente com sua elegante bengala e fiquei como um guarda costas , a zelar por ele , até que ele sentasse na cadeira preferencial. Aproveitei e reparei que as mesmas senhoras não faltavam muito para também estarem usando bengalas e pensei que não existe idade para delicadeza e nem para educação. E palavrinhas como :‘‘Obrigada, por favor, com licença, pois não, muito obrigado(a),De nada. “ Hoje são tão pouco usadas nos dias atuais , diferentemente da época do que se possa chamar tempo da delicadeza.
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terça-feira, dezembro 06, 2011

Amigos para sempre



Ouvi espantada o questionamento de uma amiga da minha época de adolescente: “Me fala o nome de suas amigas de hoje , que você tem um elo tão forte como o das nossas amigas de colégio?” Constrangida tentei desviar a pergunta , mas ela insistia, como se fosse importante a resposta , do tipo daquelas que fazem quando você é realmente criança : “ De quem você gosta mais, do papai ou da mamãe? Do vovô ou da vovó? Do titio ou da titia? E por aí vai...
Ah! Equivocada e querida amiga , a vida tem muitas escolhas e acredito que somos responsáveis pela maioria delas, mas daí a julgar sentimentos em relações aos amigos sejam eles de quais a fase da vida estejamos é algo que contraria a minha natureza , pois não costumo dividi-los em prateleiras, pelo contrários os meus amigos podem ser:
Feios, bonitos, pobres, ricos, velhos, novos, simpáticos, antipáticos, alegres ,tristes , espertos, bobos, fortes, fracos, calmos , agitados, tensos, sérios, loucos, bêbados , lúcidos, gentis, grosseiros, duros, rígidos, brincalhões relaxados, pessimistas, otimistas, ateus, religiosos, tímidos, extrovertidos, pacientes, impacientes, nobres, generosos, caridosos, egoístas, normais , esquisitos, magros, gordos, sinceros, francos, maduros , imaturos, arrogantes , metidos, humildes , escandalosos , ridículos, responsáveis , irresponsáveis, distraídos, prestativos,insanos, vaidosos, hippies, mauricinhos, rápidos, lentos, gays , lésbicas, estrangeiros, amarelos, negros, brancos e até azuis.
Não importam as qualidades e defeitos  deles , ou melhor copiando a frase de uma amiga : “ Meus amigos não tem defeitos e sim problemas.” Considero-os como “meus” e o que sinto por eles é imensurável, já que cada um deles contribuiu para minha história, seja na infância, adolescência ou na vida adulta.
"Lembre ninguém é um fracasso quando se tem amigos.” (Do filme A felicidade não se compra – de Frank Capra)
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sexta-feira, dezembro 02, 2011

Jogo do contente


Uma espirituosa amiga postou numa rede social , que há três anos seguidos , dias antes do seu aniversário uma manga cai no vidro de seu carro , espatifando-o. E que nesse ano o ocorrido não poderia ser diferente e o amarelo da fruta misturou-se mais uma vez aos estilhaços da vidraça.
            A queda de frutas nos carros dos cidadãos não é incomum quando falamos da cidade de Belém, onde túneis de mangueiras cobrem a cidade e salvam do calor realmente tropical , que há no norte do país. O raro acontecer é a casualidade do fato acontecer sempre dias antes do aniversário da amiga.
            Assim diante  a postagem feita , os amigos fizeram vários comentários sobre a falta de sorte , inferno astral, mandingas e outras superstição que dizem existir antes do aniversário.  O que ela , minha amiga, como se estivesse sorrindo , respondeu: “ Antes no vidro do que em mim.”
            Os ditos comentaristas , não crédulos diante de tanto despojamento , creditaram a ela um tamanho otimismo, característica real da personalidade dela. Em resposta a tantos elogios ela disse: “Gente, eu li os dois volumes de Pollyana e brinquei muito do jogo do contente.”
            Para quem , não conhece o livrro é um clássico da literatura infantil, de Eleanor H. Porter, que uma menina órfã vive sua vida segundo regras do “jogo do contente” , uma brincadeira que consiste em sempre encontrar o lado bom das coisas. Mais do que um personagem com sua alegria quase irritante , Pollyana virou um adjetivo para definir os otimistas incorrigíveis.
            Embora  o mundo de Pollyana não exista, os problemas não são sempre as coisas que te acontecem  , mas o que você faz com as coisas que te acontecem. A gente sabe que não tem como evitar que situações desagradáveis , na minha , na sua vida, mas a maneira como você reage é que vai definir o proveito que você tira da situação , não importa quão difícil esta seja.
E que as mangas não parem de cair nos carros.
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quarta-feira, novembro 23, 2011

E o palhaço ,o que é?


Quando criança eu e meu irmão ficávamos ansiosos , assim que surgia um circo na cidade. Era um verdadeiro evento , assistir o espetáculo . Eu me imaginava fazendo acrobacias no trapézio , mesmo eu tendo medo de altura. Meu irmão dizia que ia ser motociclista quando crescesse , toda vez que via o barulhento e perigoso Globo da Morte, que eu tinha horror. Eu admirava os elefantes, embora enormes , parecem tão dóceis. Ele vibrava com o número do leão. Mas uma coisa tínhamos em comum ,as gargalhadas conjuntas que dávamos com o número dos palhaços.
Lembrei muito das minhas indas e vindas aos circos , quando assisti o último filme “ O Palhaço” do ator /diretor Selton Mello. Não é inédita a história, de qualquer forma, a imagem do palhaço triste, que pinta um sorriso sobre a boca, faz todos riem mas chora por dentro. E procura sempre alguém que o faça rir , na busca (literalmente) pela identidade.
O filme faz uma homenagem aos artistas mambembes cada vez mais raros nos dias de hoje , com seus espetáculos itinerantes , que traziam sempre no elenco “artistas internacionalmente conhecidos” e de países da Europa Oriental , fugidos do socialismo que fez parte dessa região.  E que junto com “nossos” artistas viajam pelas cidades brasileiras , tentando trazer alegria para a vida de seus moradores aparentemente tediosas.
Há nítida inspiração e um elogio a tradição brasileira do humor verbal , do tipo Oscarito, Mazzaropi  e Os Trapalhões. Evidenciado pela participação especial de Moacyr Franco, Jorge Laredo ,o eterno Zé  Bonitinho,  o garoto ortopé (nem tão garoto) Ferrugem, resgatando esses atores do ostracismo
Vale a pena assistir pela delicadeza da trama, simples, tocante, delicado e repleto de simbolismos. Uma trilha sonoro gostosa e uma fotografia linda , aproveitando o colorido do próprio circo. E principalmente por que faz voltar ao tempo, onde desde pequenos quando aprendemos a sonhar, ouvindo contos de fada ou fábulas de nossos pais e mestres.
“O gato bebe leite , o rato come queijo e eu sou palhaço. E você o que é?”

NEM TUDO É MENTIRA
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quinta-feira, novembro 17, 2011

Fonte da Juventude



Na crônica da semana passada  escrevi sobre a obsessão que tem algumas pessoas em manter a aparência jovens. Minha dúvida é saber , se esses que tentam descobrir a “fonte da juventude” , pelo menos física , conseguem transponir em comportamentos considerados “inapropriados” , para quem já ta na “meia idade” , do tipo : ter amigos e principalmente casos de amor , como o mesmo entusiasmo e intensidade de um jovem de 20 anos. Imagine, apaixonar-se daquele jeito. Ficar o dia baixando músicas e gravar um cd de trilha sonora para passar à noite com seu bem. E ouvir música e conversar até o sol nascer, sem preocupar-se com a hora e o trabalho no dia seguinte, não que isto não possa acontecer mais duvido que se tenha energia para agüentar por duas noites seguidas.
Achar que um encontro casual é sinal que o universo está conspirando em favor do amor de vocês. Acordar com um telefonema , no meio da noite do outro dizendo que está com saudades é tudo. Hoje ligações de madrugada só no caso de acidente ou morte.
 Ou mesmo achar que um livro , um filme ou uma canção pode mudar sua vida. Comportamentos assim, parecem tão indignos, quando se tem mais de trinta e seis anos, tais quais as pessoas que não se preocupam com o seu rejuvenescimento.
O mais engraçado que embora mais jovens que se possa parecer ,  não existe mais a petulância , pretensão , as verdades absolutas . Nem mesma toxina botulímica paralisar e nem os ácidos conseguem preencher esses arroubos marcantes da personalidade juvenil.
O certo agora assentar-se , ter dinheiro , viagens , levar a vida num clima geral de conforto , satisfação e familiaridade . Os amores devem ser mais tenros, os amigos serão os amigos dos próximos dez, vinte anos. A preocupação maior além de tudo é de se manterem saudáveis,manterem-se na classe média, meia idade e felizes com a felicidade possível. Embora o rostinho possa parecer de vinte e cinco anos, o que tenho lá minhas dúvidas.
Se a vida fosse esse mar de certezas e a maturidade a solução para os problemas , o mundo estaria cheio de pessoas perfeitas. Sem precisar mais buscar, sonhar e também amar. Embora com rostinhos plastificados ou não , perder a toda a irreverência , insensatez, a inconseqüência , a loucura e a paixão é perder o sonho e a verdadeira fonte da juventude.
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segunda-feira, novembro 07, 2011

"Flores de plástico"


Estava numa roda de mulheres que despejavam suas insatisfações ,com o corpo , o rosto e sobre suas rugas . Cada uma falava para outra dos novos produtos e intervenções no "mercado" dermatológico e da cirurgia plástica, para continuarem com aparência jovem , como se o envelhecimento fosse realmente uma doença.
Esclareço que , não sou contra essas intervenções , embora não as tenha feito e acho particularmente exagerada essa busca de sempre parecer jovem .Hoje ao menor sinal de rugas e as vezes antes que a mesma vire um vinco forte que não se possa mais tirar , corre-se para algum tipo de procedimento.
 Peitos flácidos caídos , viram sinal de desleixo, e são rapidamente trocados. Panturrilhas finas , não existem mais e aliás musculação dá muito trabalho para engrossa-las. Cabelos ralos, são rapidamente alongados .Unhas curtas , devidamente, trocadas e por aí vai.
Nada tenho também, contra essa indústria da vaidade e de quem vive dela. Quem sou eu para atirar a primeira pedra?. Sou vaidosa, sim, preocupada com meu corpo e  rosto, também. Tenho espelho e vejo as minhas rugas aparecerem a cada dia , embora não sejam muitas.Não acredito que não se render a tudo isso , mereça medalha ou troféu , mas aceitar os defeitos físicos e deixar-se envelhecer , com certeza é uma transgressão
É claro que a beleza e a juventude há muito são uma porta de entrada , para muita coisa nessa vida  e que tentar prolongar esses adjetivos e se manter no meio ou para algumas quem sabe manter-se vivas .Fazem isso o foco de suas vidas , para quem sabe viver na " Terra do Nunca" , junto com a Sininho e Peter Pan, que até hoje ninguém sabe que idade ele tem. 
Exageros à parte e com diz o refrão da música "Flores " dos Titãs : Flores de plástico, não morrem." Mas perdem o viço, acumulam poeira e particularmente, dependendo do arranjo são cafonas.
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crédito da foto - Cão vadio (2004)

domingo, outubro 30, 2011

A Babilônia é aqui.



O atendimento de saúde no Brasil é indubitavelmente péssimo e seus descalabros estão diariamente na mídia , quando tomamos ciência da  falta de profissionais qualificados nos hospitais, falta de leitos , o que causam morte de pacientes  , sejam mulheres, homens, gestantes e idosos , crianças, ninguém escapa  .
Tudo acontece realmente pela má administração do poder público que nada faz para melhora isso. Ou melhor fazem sim , constroem UPAs , que prestam atendimento questionável e quase sempre encaminham o paciente as emergências desequipadas dos hospitais públicos.
É incontestável também  , que deveriam equipar os hospitais , abrir vagas para novos funcionários qualificados e principalmente pagar um justo salário aos médicos e aos profissionais da saúde pública . Isso é fato.
O que não justifica é o protesto raivoso que venho lendo na internet nos últimos dias em função da doença  acometida ao ex - presidente Lula , para que o mesmo se tratasse no SUS , a fim de  demonstrar solidariedade com os mais pobres. O que me fez pensar  é : "O que leva a tanto ódio nas pessoas?."
Parecem cães raivosos fazendo piada do câncer alheio, sem pensar que também faziam piadas com os menos favoráveis. Senti na verdade uma vergonha alheia , cada vez que lia essas tolices.
Não discordo que se façam críticas quanto a administração do governo Lula , principalmente quanto aos escândalos acontecidos no seu governo e sua conivência com a corrupção . Mas também , não pode-se deixar de reconhecer que o mesmo manteve com rigor a democracia e elogiar o crescimento econômico do país e seu investimento social  " nunca antes na história deste país" , visto.
Embora as pessoas possam ter aversão ao Lula como político e homem público é repugnante, desrespeitosa essa forma de protesto raivosa . Não sei o que se passa com as pessoas e o que as fazem sentir prazer na desgraça do outro. Tenho deverás repulsa a esse comportamento .
Na semana passada , festejavam também ao horror do linchamento do Kadafi, apesar de ser um déspota , o ditador libanês deveria ser entregue a julgamento. Pergunto : O que há com as pessoas? Parecem viver na Babilônia , regidas pelo Código de Hamurabi e principalmente pela Lei de Talião : " Olho por olho, dente por dente."
Que medo!

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quarta-feira, outubro 26, 2011

Santa Clara Guerreira





Na casa de praia de meus pais, música era o aperitivo que não podia faltar no drinque. Lembro que a única coisa que nunca era esquecida era uma caixa cheia de fitas cassete que minha mãe tinha. O repertório, embora variado, as canções de amor e os sambas canção predominavam no ambiente.
Foi assim que conheci Clara Nunes; via as fotos do seus LP, vestida com roupas que remetiam as religiões afro-brasileiras e os cabelos vermelhos, uma imagem marcante para uma criança. E mais ainda quando a ouvia cantar sambas que até hoje eternizam em minha vida como: Morena d’ Angola, Coração Leviano, Bela Cigana, O Mar Serenou.
Além de outro fato, que nunca me fez a esquecer, foi na ocasião do seu falecimento, dito ser um choque anafilático da anestesia tomada para uma cirurgia de varizes. Entrei na cozinha e deparei com minha mãe chorando junto a uma tia, perguntei: “O que houve?” As duas se entreolharam e responderam quase juntas: “Foi a Clara”. Não entendi nada; nos meus onze anos de idade achei quer era uma amiga querida, não descobri que a “Clara” falecida, era sim “Clara Nunes” ou Clara Guerreira”. Posso dizer que, guerreira ou não, nunca esqueço aquela cena, as duas preparando uns drinque e uns petiscos, com certeza molhados pelas lágrimas derramadas.
 E nesse dia mesmo devido a comoção nacional que se abatia pela morte da cantora e ,principalmente, a que se abatia na minha casa , conheci a outra faceta de Clara , aquela que cantava canções de amor como :  Serenata do Adeus, Ah! Quem me dera, Jardins da Solidão , Amor Perfeito e Sem Companhia.


Lembrei dessa história porque na semana passada ganhei de presente de um amigo um CD do compositor Ivor Lancellotti: Em boas e mais companhias. E é dele as composições citadas acima - Amor perfeito e Sem Companhia -, mas que foram eternizadas por Clara.
Embora a mídia não tenha dado o devido valor ou esqueceu o talento do compositor, que é indiscutível. E hoje é para alguns reconhecido como o pai do baterista Domenico Lancellotti e do vocalista Alvinho, do Fino Coletivo. Sem saber dos sucessos das composições dos pais dos moços que continua um fera nas canções românticas e que, com certeza, se ainda estivessem vivas, Elizeth Cardoso, Maysa e principalmente Clara, gravariam novamente suas músicas - o disco é realmente de primeira mão.
 Sempre clara, depois que entrou com seu chocalho amarrado na canela, nunca mais se fez esquecer, seja por onde vier, suas canções, sua dança e seu orixás. Nunca mais será por mim esquecido
Salve Santa Clara Guerreira.

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crédito da imagem : João Pinheiro.

segunda-feira, outubro 10, 2011

Tóim!

       
  Na semana passada , no afã da emoção li nas redes sociais , sites e mesmos jornais e depoimentos de pessoas sentindo-se viúvas pelo falecimento do sócio e fundador da empresa Apple :  Stevie Jobs .
Não tiro toda a relevância que ele teve , muito menos a sua genialidade , visto que não só criou , produtos maneiros e esteticamente bonitos, além de práticos, modernos e simples. Como também, revolucionou o cenário além da informática , quando criou o Ipod , que era integrado ao programa pela internet de venda de legal de música  ,que descobri vendo noticiário era uma de suas paixões.
Além de , ter criado os apelidados Iphone , que além de serem os primeiros de tecnologia de toque , são micro computadores ao invés de telefones. Entre outras coisas que devem ter também grande relevância, que uma cronista leiga no assunto não vai lembrar.
         Embora , caro leitores posso firmar que em 20 anos o genial Stevie , não vai ser lembrado e sabe-se lá que sua maçã mordida não virará , mas uma fábrica não tão mais inovadora e ultrapassada por outra ou por um outro gênio do momento.
         Diferentemente do grande gênio da maçã , que foi Isaac Newton, quando segundo a lenda descansava embaixo de uma macieira e foi acordado pela fruta que caiu em sua cabeça e nada mais fez surgir a Lei da Gravitação Universal, estudada e relembrada até hoje assim como seu criador, há aproximadamente 400 anos , que é tema de debates até os dias de hoje tal qual relevância tem.
         Reflitam  viúvos da maçã mordida ou applemaníacos  e parem de comparar Jobs a Newton , pois o mesmo sabia que não o era . E parem para  pensar que a revolução dos tempos contemporâneos  é a própria internet, que não tem o inventor próprio, mas que ninguém procura saber como surgiu. Duvido.       
         Só me resta dizer então : Descanse em paz Steve . Porém , só duas maçãs mudaram o mundo a da Eva e a de Newton, a sua inclusive já estava mordida.
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quarta-feira, outubro 05, 2011

Together forever


No dia que me preparava para o Rock in Rio , ansiosa pelo show do Stevie Wonder , passava na televisão uma reportagem sobre a morte de Michael Jackson e aquilo me fez lembrar que no ano que ele veio no Brasil eu e uma turma de amigos tínhamos vindo de Belém até Blumenau , para o Oktoberfest. E ficamos eufóricos quando soubemos que Michael faria o show em São Paulo, providenciamos os ingressos e alugamos um micro ônibus e partimos rumo ao Morumbi. Foi inesquecível assistir um dos maiores ídolos da música pop do planeta , dançar e deslizar pelo palco e ainda cantar seu maiores hits , que me fez esquecer o cansaço da viagem de horas até chegar a capital paulista , a qual sai logo após o término do show.
Posso dizer que a ida ao Rock in Rio, exclusivamente para ver Mr.Wonder não foi tão menos cansativa, quando ainda no meio da tarde reunimos um grupo em uma van e seguimos para a cidade do rock, atravessando um longo caminho de trânsito. E horas de espera,  vendo alguns shows agradáveis que tiveram durante o evento e  por fim assistir Sir Stevie.
Embora já na madrugada  , quando a estrela da noite surgiu no palco  me fez sentir uma garota relembrando todos os seus sucessos , num show realmente sensacional, onde até próprio quebrou o digamos " protocolo" e furou seu próprio set list , incluindo músicas como a minha preferida :  "You are the sunshine of my life. "
O êxtase foi tão grande que cada música que ele cantava o cansaço diluia cada vez mais no meu corpo e a música me levava para uma outra dimensão , como também foi no show de Michael, que me fizeram confundir quem era quem e onde eu estava , nos meus instantes de euforia.
Forever Michael e Stevie Wonder é sempre um prazer ouvi-los , suas músicas me fazem bem para alma .
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domingo, setembro 25, 2011

Rock in Rio - I'll be there again


Em 1985 , meus pais me proibiram de ir ao Rock in Rio e fui no meu entender quase deportada para uma casa de veraneio deles com o irmão da minha mãe, um tio querido e já falecido, junto com meus primos , que tal qual o pai  desconheciam rock'n roll e só conheciam música clássica , talvez o básico da mpb e bossa nova : Chico, Caetano e a Garota de Ipanema do Tom Jobim, mas quem não conhece ?.
 Deixo claro que nada tenho contra música clássica , confesso que conheço pouco , mas adoro ouvi-la nos dias de hoje. Mas na época no início da adolescência gostava mesmo era do bom e velho rock . E claro no melhor da rebeldia juvenil  infernizei todos na casa de praia , com a televisão ligada nas alturas do começo ao fim do festival , revoltada com a minha não ida e pela da minha tenra idade , além de ter feito o ouvido da minha amada mãe realmente de pinico, de tanta reclamação. Aff! Adolescentes são todos iguais nos anos oitenta ou agora e eu não podia ser diferente.
Embora com seis anos de atraso em 1991, mas ainda adolescente , finalmente meus pais me liberam com os pais de uma amiga para ir ao Rock in Rio  no dia do Prince e do show inesquecível  do fantástico guitarrista mexicano Carlos Santana de quem eu sou fã até hoje.
Em 2001 , sem precisar mais da  autorização dos pais para ir ao grandioso evento , nem guardar a mesada para comprar o ingresso o que me fez talvez numa vingança inconsciente assistir dois dias do festival . Claro que,  agora dona do meu nariz poderia ir quando quisesse e magia não foi diferente , me senti uma adolescente vendo Cassia Eller , Foo Fighthers , Barão vermelho e R. E. M, entre outros.
E novamente onze anos depois estou na maior expectativa de assistir ao mago da música pop , que fez parte também minha adolescência , lembro das festinhas que ia e tocava sempre alguns dos hits de Mr. Wonder. E também de mais uma vez de ir ao Rock in Rio. Não poderia ser diferente ver a esse grande cantor lembrando também dos meus pais e agradecendo a eles por me apresentarem a boa música, que hoje não sei viver sem.
Admito sentir inveja (inveja branca) a todos aqueles que sabem tocar um instrumento musical, coisa que infelizmente não tenho dom , principalmente a tal da guitarra, nada mais inebriante do som que ela pode fazer e dou meus parabéns a vocês músicos em especial aos guitarristas.
Ô , Ô , Ô Rock in Rio !
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quarta-feira, setembro 21, 2011

Caixa de Copacabana


Voltava pra casa do trabalho e caminhava pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana , quando vi um aglomerado de pessoas em frente uma pequena loja. Pensei comigo : " Deve ter sido mais um velhinho que passou mal." .Fique claro que isso é comum nessas bandas onde a população idosa é ou já foi a maioria no bairro, mas felizmente nesse dia ninguém desfaleceu ou algo parecido.
Na  verdade o motivo da aglomeração era um sujeito tocando uma sanfona , arriscando uma música semelhante a um  forró e acompanhado por uma camarada que se esforçava tocando uma  castanhola, o que fazia o "quase forró" parecer algo como um flamenco .
 O mais engraçado disso tudo que os sujeitos tocavam num canto da pequena loja e a mesma nada mais é do que  uma imitação da Casa Pedro , para quem não conhece é  uma cadeia de armazéns tradicional da cidade do Rio de Janeiro, que vende produtos árabes , sementes, entre outras coisas.
 Embora a ideia esdrúxula de atrair freguesia com essa mistureba  musical fosse original, pois não havia uma pessoa que não olhasse para estabelecimento com curiosidade e não esboçasse um sorriso. O mesmo eu não posso falar do nome do local : Casa Flora. Como também, deixava a desejar ao "Pedro" , no quesito aos produtos árabes , já que na minha pequena para da na porta oque  mais vi por ali  bebidas.
Não diferente das ouras pessoas sai dali com um sorriso  no rosto  e continuei caminhando para casa  e quando dobro a esquina próxima minha casa, qual susto não tomo ao me deparar com uma gauchada, fantasiada com a camisa clube Internacional  , ao redor de bar tipo " pé sujo" , de nome se não me engano é : Copinha. E segundo informações da  vizinhança conhecido em acolher os sulistas , torcedores fanáticos  do Colorado , assim apelida-se os torcedores do Inter , que torciam vidrados na televisão bema mais moderna do que o lugar ,  como se lá no Rio Grande do Sul lá estivessem.
Não é a toa que Copacabana para mim é uma caixa de surpresa ou melhor Pandora , embora não possa dizer que na caixa do bairro saiam os males do mundo , pois o que tenho visto é bem longe disso e com certeza bem mais divertido.

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quinta-feira, setembro 15, 2011

Espaço vazio



Deixei passar alguns dias , do aniversário dos dez anos do 11 de setembro , embora ache estranha comemoração para tal tragédia, mas enveredar por esse lado daria outra crônica e como ando dispersa não seria difícil eu desviar o enredo , o que acho que já estou começando a fazer agora.  O fato é que , eu não escrevi nada sobre a comemoração da funesta data porque não tinha nenhuma história original ou memorável para contar , a não ser que recebi o telefonema de uma amiga , que me informou do fato é disse para que eu ligasse a televisão o que fiz e como a maioria das pessoas assisti a segunda torre sendo atingida , imaginando  ser um filme de ficção , só que ao vivo.
Outra coisa nada original que observei é o grande espaço que até hoje a falta das Torres Gêmeas faz no centro, da cidade de Nova York  , deixando com isso um grande buraco solitário e um enorme vazio e que me recorreu a uma  conversa recente que tive com uma conhecida que discursava sobre o fato de nunca sentir solidão e que atualmente até preferia ficar sozinha em sua casa, do que buscar a companhia dos outros. Curiosa perguntei a ela : Você consegue então preencher os espaços vazios dentro de você? Ela me olhou desconfiada e respondeu : "Sim " .E como você faz pra preencher esses espaços vazios? , perguntei novamente. Ela me deu variadas respostas de como preenchia seu tempo e eu apenas sorri. Então pensei : "Há várias formas enganosas de preencher o vazio dentro de nós. E que o melhor é estarmos nos reinventando para sobreviver."
Claro que isso é apenas uma opinião da humilde blogueira , que aproveitando do vago pensamento acima, acrescenta e completa com uma frase que não sei de quem é o Autor : "...Não escrevo para ganhar a vida. Mas para me salvar dela..." .
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quarta-feira, setembro 07, 2011

O prazer sensual dos livros




O domingo de praia com os amigos , sempre surgem papos mais variados . Foi quando comentei que desejava transformar o quarto dos fundos da minha casa , em um pequeno escritório, visto que as estantes da sala não mais suportam a quantidade livros , que agora empilham-se pelo chão. Ela muito prática me olhou : Por que você não doa os livros? perguntou ela. "Não" , respondi impulsivamente. Você vai ler algum desses livros de novo? , ela perguntou novamente. " Sei lá, talvez..." respondi ,com dúvidas, a minha amiga. Ela ainda tentou me convencer a doar os livros , em prol de eu otimizar o espaço da minha casa e sugeriu até mesmo que eu comprasse um Ipad . Embora não me considere uma pessoa apegada a coisas materiais , foram tantos coisas que perdi ou fui furtada que já nem dou mais conta, até mesmo livros. Esses a maioria ficaram na casa da minha mãe e foram todos doados por ela, para minha tristeza maior, a coleção inteira do Monteiro Lobato para uma biblioteca de uma escola pública, ao menos um fim mais nobre do que nas minhas empilhadas estantes. 
O fato é que eu não saberia entrar em casa e não encontrar meus livros , suas estórias , por detrás de suas histórias ou vice-versa . Me dar conta de que uma parte que sei ou penso da vida , também veio por contribuição deles e me livrar de todos eles , seria como amputasse uma parte da mim e também da minha própria história.
E ontem tive a certeza disto quando no jornal li o comentário do escritor Luis Fernando Veríssimo , na festa da Bienal do Livro, que acontece no Rio de Janeiro , em plena era do e-book:
 " Há um prazer sensual em pegar e cheirar um livro." 
Em dissonância com todos que preferem ter mais espaço , eu prefiro continuar com esse prazer sensual de poder não só de tocar neles, como também de estar com eles, embora deixando claro que nada sou contra os e-books, nem a qualquer outro tipo de tecnologia que incentive a leitura.

NEM TUDO É MENTIRA



terça-feira, agosto 30, 2011

Quem me roubou de mim?


Nem sempre fazer uma leitura da situação em que estamos passando é fácil , seja do aspecto profissional , financeiro e principalmente emocional . Falo isso , porque sempre que imaginamos doenças sérias, tragédias, acidentes, achamos que só acontecem com os vizinhos, nunca conosco.Imagine as doenças emocionais , estas então nunca vão morar na casa onde se vive.
No que vamos falar , não sei se podemos chamar de casa , na verdade é um cativeiro onde o outro se deixa enredar numa teia de sedução sem limite do parceiro que sempre parece bom em demasia , com grande boa vontade e cumpridor de suas promessas , como se fosse a tábua de salvação para as suas maiores necessidades , seja quais forem : dinheiro, , viagem, carência afetiva entre outras.
O problema é quando sem perceber o pacote de generosidade começa a ser cobrado , de forma elegante, sutil , sem que se perceba tão grande o requinte intelectual é feito. Tudo é tão bem feito  e o outro que sofre na pele com isso  não consegue sentir-se livre , nem pra fazer as coisas mais simples da vida e que nunca deixaria de fazer como : descer até a esquina para dar um mergulho na praia, encontrar os amigos , tomar um chope sozinho no  balcão do bar ao lado de casa, conversar com o dono da banca de revista , discutir futebol com o amigo e assistir o jogo com ele , entre outras pequenas coisas
Parece que , uma nuvem de fumaça atrapalha sua visão e o suposto devedor começa a fazer aquilo que não faria nem junto , muito menos separado. Mas faz, pois sente-se culpado em relação ao outro , embora não saiba o motivo.  E pior, ainda abre mão dos seus desejos em nome de acertar a relação com o outro , com quem sente-se sempre em débito.
Assisti uma reportagem em que baseio a minha crônica de uma psicanalista famosa chamada Silvia Malamud ,  o qual chama esse tipo de aprisionamento de : Sequestro da alma. E que consiste em nos perdermos, perder o direito de decidir sobre a nossa vida, perder a subjetividade em função do outro, viver dependentemente, no campo da própria alma ao outro. Esquecer de quem somos, da nossa totalidade e passamos a viver sem escolha, onde o outro suga ate mesmo nossa historia, nossa singularidade e nosso ser.
Tem um pedaço da letra da  canção “Eu te darei o céu” do Roberto e Erasmo Carlos , que diz assim :
“ quanto tempo eu vivi a procurar, por você , meu bem
Até lhe encontrar . Mas se você pensar em me deixar .
Farei o impossível pra ficar.
Até...”
Nada mal pra o sequestrador , que não quer obter nenhuma vantagem material sobre o seu refém , mas sim a dependência emocional deste , que se não lutar e procurar realmente ajuda (amigos, família e principalmente terapia) não conseguirá fugir do cativeiro e poderá além da auto estima já destruída , efeitos devastadores em sua vida e para o resto dela.
Assim como diz Silvia Malumud :
“ Lembre-se que a vida é única e que estamos aqui para sermos felizes de verdade . Não se acostume com o que não lhe faz bem , tudo pode mudar pra melhor. Ouse e conquiste.”

NEM TUDO É MENTIRA

Dica de filme : A FELICIDADE NÃO SE COMPRA – Direção Frank Capra .

terça-feira, agosto 23, 2011

Todos os burros são iguais

Sabe-se que o burro é um bicho de grande popularidade , conhecido em várias piadas , filmes e peças homônima , como no caso do Pagador de Promessa , escrito por Dias Gomes e dirigido por Anselmo Duarte , um clássico do cinema nacional , onde Zé do Burro faz um promessa em um terreiro de candomblé de carregar uma cruz até o alto da igreja para curar seu melhor amigo : O burro. Mas o local pagão , onde o protagonista fez a promessa não é aceito pela igreja local , para que pobre Zé do Burro coloque a sua cruz e assim inicia-se a saga dele , que não poderia terminar sem ser em tragédia. Em final menos trágico e mais alegre conhecemos o burro personagem da trilogia do ogro Shrek , animado, tagarela , engraçado , não mostra-se tão burro pelo contrário , mas também amigo e companheiro fiel do protagonista durante toda a sua saga.
Esses são pequenos exemplos de burros famosos  das telas de cinema , o que não exclui que cada um de nós  conheça um burro pessoalmente ou pelo menos ouviu falar , conhece de nome , isso com toda certeza cruzamos com um deles em algum momento da vida. Tem pessoas que não só os conhecem como tem intimidade com eles, alguns com tanta convivência , pedem emprestada uma viseira que o burro costuma usar , para não ter a visão periférica ou melhor olhar também para os lados, pode ser na verdade uma opção até de vida.
Isso não quer dizer que o próprio burro goste de usar esse aparato que oculta toda a visão , mas  as chances de modificar essa sina são mínimas . Acho até que o bicho se acomoda com o tempo ou resigna-se a utilizar o artefato , como faz para continuar cumprindo trabalhos forçados. Tem outros que nem tentam tirar isso e preferem como disse em crônica anterior seguir destinos iguais : puxar carroça e dar coices.
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terça-feira, agosto 16, 2011

Qual o crime do burro?


Passava em frente a banca de jogo de bicho , quando ouvi um sujeito falar em tom bem alto, quase um grito:
" Tenho certeza, amigo. Hoje vai dar burro na cabeça."
Olhei pra trás curiosa , reparei no bicheiro balançando a cabeça assertivamente e anotando as apostas, com o semblante de quem diz : "Esse é mais um que vai dá com os burros n' água."

 Curiosa ainda tentei ouvir o motivo pelo qual o homem narrava ao bicheiro o porquê da aposta e também quase voltei e fiz uma fezinha, mas não sou adepta a jogos de azar. Embora há semanas estou obcecada com esse bicho e empaquei no mesmo assunto.A cisma é tanta que fiquei imaginando : Como seria o cruzamento da égua com o jumento? E que dá origem ao burro e que nascendo fêmea cham-se mula. Fácil de concluir que o burro nascendo de inusitada linhagem ou cruzamento ou seja não nasce por si só , pois ele mesmo é  estéril, não pode ter filhos.

Sendo machos ou fêmeas e a nomenclatura sendo diversa : burro ou mula , a função dos dois é igual , pois nascem para cumprir o mesmo destino. Desde que era utilizado pra puxar carroça , serviço que até hoje faz , embora seja menos usual e de menor valia no mercado. Já que antes da era automobilística diminuiu bastante o valor de mercado, pois antes ter um bom burro era também ter um grande saco de moedas.

E ainda obcecada em saber mais e mais  sobre o simpático bicho , li  uma outra frase, acho que de autoria do Poeta da Vila , Noel Rosa , que me deu um comichão de curiosidade :

" Qual foi o crime que o burro cometeu para ser condenado a trabalhos forçados?"

Nem tudo é mentira.
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domingo, agosto 14, 2011

Nós só esperamos do burro um coice...


Passei a vida ouvindo a minha mãe repetir a célebre frase : "Não espere dos outros aquilo você dá." . Ouvia aquilo calada e muitas vezes balançava a cabeça concordando com ela. Embora a própria não seguisse a risca o ditado, mas quem segue? Falo isso porque lembro quando ela queixava-se , quando não era "recompensada" pelo outro , a quem tanto fez, assim tal mãe , tal filha. Lembrei disso tudo quando de algumas histórias e da citada frase quando li no twitter de um músico famoso o ditado conhecido do grande compositor Noel Rosa  : " Nós só esperamos do burro um coice. O burro nada espera de nós."
Incrível a sapiência do também violonista e sambista , que tratava a época que vivia e a si mesmo com fina ironia e humor espontâneo , tanto que a genialidade de sua frase tirada de um texto dele , que me fez pensar em três coisas:
O burro é quem? Ou quem é o burro?
E o burro sabe que é burro?
E ai adiantar saber que é burro?
 Eis tudo.
Nem Tudo é mentira.
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terça-feira, agosto 09, 2011

Serenidade II



A corrida pra mim é algo que não abre só meus pulmões , mas também clareia minha mente e confesso muitas idéias das crônicas que tive nesse blog , foram , vamos dizer assim formatadas quando estava correndo. Falo isso , porque semana passada numa dessas corridinhas na Lagoa Rodrigues Freitas  avistei um sorridente rapaz com um chapéu de palha , carregando algo grande nas mãos , o que mais tarde descobrir ser um cavalete e tela de pintura. Olhei curiosa, mas segui em frente e a pouco metros vi uma garota mais ou menos da idade do rapaz , um pouco de fora de forma, caminhando ofegante, com fone do celular no ouvido e falando sem parar com alguém do outro lado da linha que provavelmente não conseguia nem responder dado a rapidez e ansiedade que a garota falava. Prática essa que abomino de levar o celular com você para fazer atividade física , o que me fez olhar de "banda" para a desconhecida.
Enfim , no término da minha corridinha , resolvi ter um outro momento de prazer ao sentar para tomar uma água de coco e apreciar a paisagem, quando reparei que estava sentada a frente do sorridente rapaz que contemplava  a paisagem do lugar e transpunha em sua tela , em total entrega como se nada mais existisse e transparecendo alguém que realmente tem a posse real de sua vida em total posse da sua serenidade. Parecendo tão fácil conseguir toda essa paz interna , como se a vida fosse apenas uma tela branca que você pinta do jeito que quer , podendo então não só procurar a serenidade , mas como também dar a chance de realmente tê-la.
Observei por mais uns minutos o garoto e em seguida olhei pra o relógio e percebi que ainda não era o momento que eu conseguiria atingir a serenidade , pois uma reunião de trabalho importantíssima me aguardava e me restava correr pra casa tomar banho e sair sem conseguir realmente ainda ter a serenidade que desejo , mas um dia chego lá.
Nem tudo é mentira
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segunda-feira, julho 25, 2011

Procura-se Amy



Procura-se Amy


Na primeira vez que ouvi Amy Winehouse me arrepiei com sua voz, pensei que se tratava de alguma nova cantora negra americana - do talento de Nina Simone, Ella Fitzgerald e da minha sempre preferida Billie Holiday -, mas para minha surpresa maior descobri que se tratava de uma cantora branca, inglesa e de família judia.

Fiquei mais encantada quando descobri que a garota inglesa não só cantava maravilhosamente bem, mas também fazia as letras de suas canções onde expunha suas fragilidades quando chorava de amor no chão da cozinha ou confessava que pensava no ex saindo com outro ex e repetia que o amor é um jogo perdido (Love is a losing game). Adorava quando cantava e rebolava com seu topete e jeito de menina/mulher, meio frágil/forte que não, não e não ia para a reabilitação.

Triste ver que a cantora drogada e problemática fez o que todo mundo esperava, logo ela que nunca foi programada, atendeu ao seu fã público mórbido que perguntava-se a todo instante: quanto tempo mais ela ia durar? Pois é, respeitável público: vocês venceram as apostas e Amy dessa vez foi ao show e cantou até o final.

Lamento a sua morte e nunca ter ido no seu show, amava a cantora pelo que ela era, como falei acima, ao mesmo tempo forte e frágil, pelo seu humor, sua auto-ironia e principalmente pela sua entrega e pelo amor que ela impunha através de suas letras e de sua voz linda de chorar, que infelizmente não vai mais morrer cem vezes como em Black to Back



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terça-feira, julho 12, 2011

Cantares

(imagem de Meinrad Craighead)

Faz pouco mais de um mês que li, após a indicação de um amigo, o que acho que é o melhor e mais antigo poema de amor e sensualidade e, pasmem!, está na Bíblia - no Antigo testamento, chamado “o Cântico dos cânticos”, também conhecido como o Cântico de Salomão ou Cantares de Salomão.
E cada vez que relia seus versos , questionei o que um texto tão sensual , quase erótico fazia dentro do dito livro Sagrado.  O que me fez pesquisar sobre o tema e descobrir que alguns religiosos (me parece os judeus) interpretam como o retrato de Deus, como esposo de seu povo. Outros cristãos interpretam como a figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Confesso aqui, bom lugar para isso , que nada tenho de religiosa ,embora minha ascendência seja judaica, visto meu nome e sobrenome, pouco conheço dessa crença, como também, apesar de batizada na Igreja católica, nunca a freqüento. Assim, minha interpretação desse poema, malgrados a interpretações alegorizantes que foram dadas ao longo dos séculos, não passa do amor de uma mulher e de um homem, amor erótico e pleno – talvez um cântico nupcial, de festa de casamento. Como sendo não só o mais sensual livro da Bíblia e de uma das realizações de mais alta poesia de todos os tempos – e começa pelos célebres versos:
“Beija-me com beijos de tua boca / Teus amores são melhores do que o
vinho / o odor dos teus perfumes é suave/ e o seu nome é pra mim como perfume derramado”
Embora tenhamos lendárias histórias de amor (Abelardo e Eloísa, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Eros e Psique e também Adão e Eva), acredito assim, que o poema tornou-se o arquétipo do encontro amoroso, da unificação dos contrários e da integração e principalmente da beleza do amor humano:
“... Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte.” (Cântico 8:6)

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quinta-feira, julho 07, 2011

Buraco da alma

Desconstruir uma vida estável, onde se tem o respeito profissional, certa estabilidade financeira, o carinho dos amigos, o amor da família, ou seja, tudo certo. Mas então, o que falta? Que vazio é esse? Parece que o peito tem um buraco. Na verdade o buraco não é no peito, é sim na alma, como se estivéssemos atolados em um pântano morno. E a vida parece que está pedindo passagem ou pedindo par dar uma volta.
Pensei sobre esse tema quando assisti semana passada ao filme “Meia Noite em Paris”, do genial Woody Allen, quando o personagem principal, ainda sem conseguir racionalizar sua insatisfação, se transporta aos anos 20 em Paris, tempos áureos quando a intelectualidade do mundo parecia se reunir por lá e se depara com um passado que sempre quis viver - o que para ele com certeza melhor do que seu presente. Negando assim o seu presente e a sua realidade e assim envolve-se mais com o passado que gostaria de ter vivido, até que em determinado momento do filme, que é melhor não contar, pois, com certeza, tem muitos que vão ler essa crônica e ainda não viram o filme, talvez por falta de tempo ou por detestarem os filmes do polêmico diretor, naquele estilo ame ou odeie. 
Mas, voltando ao filme, o fato é que o protagonista recobra a sua “lucidez” e volta a sua vida presente, percebendo com isso, que pode sim tapar o buraco da alma, ainda que nada seja eterno, pois na história de cada um ele pode nunca ter fim, mas com certeza tréguas, desde que você rompa como o personagem do filme com sua vidinha confortável e acomodável e dê um role com ela.

Dica: não poderia ser diferente e sendo redundante o filme Meia Noite em Paris”, do genial Woody Allen. Para quem já viu, reveja qualquer um dos filmes desse genial cineasta, para quem não gosta ,ou melhor, odeia, aposto que não leu a crônica até o final.

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