sábado, junho 25, 2011

Cine Warhol Privê




NOVA YORK
Em janeiro de 1964, o artista plástico Andy Warhol escolhe um galpão, para ser seu local de trabalho, apelidado de Factory, que aos poucos se transformou no ponto de encontro da cena intelectual e artística da cidade.
Foi nesse local que o artista mais conhecido pelas suas telas que traziam os conceitos publicitários, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Che Guevara entre outros, produziu também filmes mudos das narrativas mais loucas e ousadas. Filmes esses produzidos também por seus amigos e passado para eles, ao som não menos da banda Velvet Undergrond, formada nada mais pelo guitarrista Lou Reed.

RIO DE JANEIRO
Em maio de 2011, a Caixa Cultural trouxe ao Rio de Janeiro uma mostra dos poucos conhecidos filmes de Andy. Embora não tenha conseguido assistir a muitos filmes da mostra consegui vê o filme “Kiss”, que tem sua narrativa igual ao próprio título, onde por quase cinquenta minutos imagens em vários planos em câmera lenta de casais de qualquer sexo se beijando. Acho que cada beijo durava quase um rolo inteiro ou quiçá um rolo.
E não diferente do que acontecia na Factory, o filme tinha um excelente acompanhamento instrumental de músicos de primeira como o baterista Domenico Lancellotti e do guitarrista Pedro Sá, tentando resgatar o clima novayorkino, em pleno outono carioca, embora dentro de uma minúscula sala de cinema, no centro da cidade, aliás, que nunca vi tão cheia. Sorte de quem também conferiu.


Dica: O Cd Cine Privê do baterista Domenico Lancellotti - um balaio moderno com boas músicas como a Cine Privê e a instrumental Hugo Carvana.


sábado, junho 18, 2011

A beleza politicamente incorreta


Uma das maiores atrizes francesas, Catherine Deneuve esteve no Brasil para lançar seu novo filme Potiche: Esposa Troféu, no Festival Varilux de Cinema Francês. E deu o que falar quando acendeu um cigarro, durante uma coletiva de imprensa, em local fechado.
         A balbúrdia após o simples fato foi tanta, que fez a atriz declarar espanto com a formalidade dos brasileiros, pois na França ainda é permitido fumar em locais fechados.
         Não fumo há mais de dois anos, vício difícil de largar e convivo com uma legião de amigos fumantes, confesso que as vezes me incomodo com o “fumacê” deles, mas não reclamo ou peço para apagarem o cigarrinho. Acho um saco essas pessoas que param algum tipo de vício e querem que o outro também pare.
         Como também, acho rígida demais a Lei Antifumo, que proíbe o fumo em locais fechados e não deixa que os estabelecimentos comerciais e empresas coloquem cinzeiros nas suas calçadas: o que faz com que as ruas virem enormes cinzeiros.
         Não faço apologia a nicotina, pois se fizesse não tinha parado de fumar, mas não gosto de proibições desse tipo. Na verdade fico pouco à vontade com proibições, prefiro o proibido proibir. Acho que o mundo de hoje, com sua mania de ser tudo politicamente correto, menos (é claro!) a nossa política nacional – essa está longe de um dia ser –tornou-se chato.
         Hoje não se pode dizer isso ou aquilo pois pode ser levado como ofensa ou apologia, não se pode fazer determinadas coisas pois podem ser consideradas mau exemplos. Consideram a descrição da Tia Anastácia da obra de Monteiro Lobato repleta de conotações racistas e pejorativas ao povo negro - ou devo falar afrodescendente?
         O fato é que nem tudo que dizemos ou fazemos é certo ou errado, mas as conclusões que tiramos. Acredito que o humor e uma pitada de malícia são também questionadores de opinião e comportamento.
Embora muitos não possam gostar eu concordo em número e grau com a Bela “Deneuve” da Tarde, que falou em alto e bom som: “Sou absolutamente contra o politicamente correto e isso não é uma declaração de guerra.”




 Dica :  A Bela da tarde (Belle de jour) - filme francês de 1967, dirigido por Luis Buñuel, estrelado pela nossa estrela incorreta , interpretando uma jovem rica e infeliz que procura um discreto bordel para realizar suas fantasias sexuais ou conseguir o prazer que o marido não lhe dá



                                                                            
                                                                             nemtudoementira1@gmail.com

terça-feira, junho 14, 2011

A banda mais bonita da cidade



Há dois meses, recebi um e-mail de um amigo com um vídeo do youtube de uma banda curitibana: A banda mais bonita da cidade. E quando abro o vídeo vejo, na era da tecnologia, um clipe caseiro gravado num plano sequência dentro de uma casa, sem pretensão, no estilo neo ou pós hippie, onde amigos, equipe e músicos da banda reúnem-se cantam e dançam a fofíssima música: Oração.

Com o título do e-mail e do clipe pensei a princípio que meu amigo havia virado protestante ou coisa parecida, nada contra a crença alheia, mas é porque ele já virou e fez tanta coisa, que sabe lá, Deus.
Mas a Oração que o amigo me enviou foi de uma declaração de amor, não para mim, pois somos apenas amigos, mas simplesmente pra dizer que “...o coração não é tão simples quanto pensa. Nele cabe o que não cabe na despensa.”
Uma música sem grandes arranjos, uma letra simples, mas tão cheia de doçura, acho por isso que encanta a todos e se transformou no maior sucesso da Internet, visualizado por mais de 5.000.000 de pessoas e passou a ser não só a banda mais bonita da cidade, mas também a mais ouvida e famosa da cidade.
Fiquei mais encantada quando li a entrevista do tecladista e diretor do clipe, que disse que “tudo foi feito com muito amor e também na mais pura amizade”. Embora muitas pessoas achem que o amor e a amizade possam parecer bucólicos, distante, prático, eles ainda existem e quando feitos com esses sentimentos tornam-se não só um sucesso de público, mas um sucesso pessoal, pois todas as coisas que te dão realmente prazer são feitas com amor ou como diz outro refrão da música: “Meu amor, essa é a última oração pra salvar seu coração.”

Clipe : Oração
http://www.youtube.com/watch?v=QW0i1U4u0KE
e-mail: nemtudoementira1@gmail.com