domingo, setembro 25, 2011

Rock in Rio - I'll be there again


Em 1985 , meus pais me proibiram de ir ao Rock in Rio e fui no meu entender quase deportada para uma casa de veraneio deles com o irmão da minha mãe, um tio querido e já falecido, junto com meus primos , que tal qual o pai  desconheciam rock'n roll e só conheciam música clássica , talvez o básico da mpb e bossa nova : Chico, Caetano e a Garota de Ipanema do Tom Jobim, mas quem não conhece ?.
 Deixo claro que nada tenho contra música clássica , confesso que conheço pouco , mas adoro ouvi-la nos dias de hoje. Mas na época no início da adolescência gostava mesmo era do bom e velho rock . E claro no melhor da rebeldia juvenil  infernizei todos na casa de praia , com a televisão ligada nas alturas do começo ao fim do festival , revoltada com a minha não ida e pela da minha tenra idade , além de ter feito o ouvido da minha amada mãe realmente de pinico, de tanta reclamação. Aff! Adolescentes são todos iguais nos anos oitenta ou agora e eu não podia ser diferente.
Embora com seis anos de atraso em 1991, mas ainda adolescente , finalmente meus pais me liberam com os pais de uma amiga para ir ao Rock in Rio  no dia do Prince e do show inesquecível  do fantástico guitarrista mexicano Carlos Santana de quem eu sou fã até hoje.
Em 2001 , sem precisar mais da  autorização dos pais para ir ao grandioso evento , nem guardar a mesada para comprar o ingresso o que me fez talvez numa vingança inconsciente assistir dois dias do festival . Claro que,  agora dona do meu nariz poderia ir quando quisesse e magia não foi diferente , me senti uma adolescente vendo Cassia Eller , Foo Fighthers , Barão vermelho e R. E. M, entre outros.
E novamente onze anos depois estou na maior expectativa de assistir ao mago da música pop , que fez parte também minha adolescência , lembro das festinhas que ia e tocava sempre alguns dos hits de Mr. Wonder. E também de mais uma vez de ir ao Rock in Rio. Não poderia ser diferente ver a esse grande cantor lembrando também dos meus pais e agradecendo a eles por me apresentarem a boa música, que hoje não sei viver sem.
Admito sentir inveja (inveja branca) a todos aqueles que sabem tocar um instrumento musical, coisa que infelizmente não tenho dom , principalmente a tal da guitarra, nada mais inebriante do som que ela pode fazer e dou meus parabéns a vocês músicos em especial aos guitarristas.
Ô , Ô , Ô Rock in Rio !
Nem tudo é mentira.
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quarta-feira, setembro 21, 2011

Caixa de Copacabana


Voltava pra casa do trabalho e caminhava pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana , quando vi um aglomerado de pessoas em frente uma pequena loja. Pensei comigo : " Deve ter sido mais um velhinho que passou mal." .Fique claro que isso é comum nessas bandas onde a população idosa é ou já foi a maioria no bairro, mas felizmente nesse dia ninguém desfaleceu ou algo parecido.
Na  verdade o motivo da aglomeração era um sujeito tocando uma sanfona , arriscando uma música semelhante a um  forró e acompanhado por uma camarada que se esforçava tocando uma  castanhola, o que fazia o "quase forró" parecer algo como um flamenco .
 O mais engraçado disso tudo que os sujeitos tocavam num canto da pequena loja e a mesma nada mais é do que  uma imitação da Casa Pedro , para quem não conhece é  uma cadeia de armazéns tradicional da cidade do Rio de Janeiro, que vende produtos árabes , sementes, entre outras coisas.
 Embora a ideia esdrúxula de atrair freguesia com essa mistureba  musical fosse original, pois não havia uma pessoa que não olhasse para estabelecimento com curiosidade e não esboçasse um sorriso. O mesmo eu não posso falar do nome do local : Casa Flora. Como também, deixava a desejar ao "Pedro" , no quesito aos produtos árabes , já que na minha pequena para da na porta oque  mais vi por ali  bebidas.
Não diferente das ouras pessoas sai dali com um sorriso  no rosto  e continuei caminhando para casa  e quando dobro a esquina próxima minha casa, qual susto não tomo ao me deparar com uma gauchada, fantasiada com a camisa clube Internacional  , ao redor de bar tipo " pé sujo" , de nome se não me engano é : Copinha. E segundo informações da  vizinhança conhecido em acolher os sulistas , torcedores fanáticos  do Colorado , assim apelida-se os torcedores do Inter , que torciam vidrados na televisão bema mais moderna do que o lugar ,  como se lá no Rio Grande do Sul lá estivessem.
Não é a toa que Copacabana para mim é uma caixa de surpresa ou melhor Pandora , embora não possa dizer que na caixa do bairro saiam os males do mundo , pois o que tenho visto é bem longe disso e com certeza bem mais divertido.

NEM TUDO É MENTIRA.
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quinta-feira, setembro 15, 2011

Espaço vazio



Deixei passar alguns dias , do aniversário dos dez anos do 11 de setembro , embora ache estranha comemoração para tal tragédia, mas enveredar por esse lado daria outra crônica e como ando dispersa não seria difícil eu desviar o enredo , o que acho que já estou começando a fazer agora.  O fato é que , eu não escrevi nada sobre a comemoração da funesta data porque não tinha nenhuma história original ou memorável para contar , a não ser que recebi o telefonema de uma amiga , que me informou do fato é disse para que eu ligasse a televisão o que fiz e como a maioria das pessoas assisti a segunda torre sendo atingida , imaginando  ser um filme de ficção , só que ao vivo.
Outra coisa nada original que observei é o grande espaço que até hoje a falta das Torres Gêmeas faz no centro, da cidade de Nova York  , deixando com isso um grande buraco solitário e um enorme vazio e que me recorreu a uma  conversa recente que tive com uma conhecida que discursava sobre o fato de nunca sentir solidão e que atualmente até preferia ficar sozinha em sua casa, do que buscar a companhia dos outros. Curiosa perguntei a ela : Você consegue então preencher os espaços vazios dentro de você? Ela me olhou desconfiada e respondeu : "Sim " .E como você faz pra preencher esses espaços vazios? , perguntei novamente. Ela me deu variadas respostas de como preenchia seu tempo e eu apenas sorri. Então pensei : "Há várias formas enganosas de preencher o vazio dentro de nós. E que o melhor é estarmos nos reinventando para sobreviver."
Claro que isso é apenas uma opinião da humilde blogueira , que aproveitando do vago pensamento acima, acrescenta e completa com uma frase que não sei de quem é o Autor : "...Não escrevo para ganhar a vida. Mas para me salvar dela..." .
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quarta-feira, setembro 07, 2011

O prazer sensual dos livros




O domingo de praia com os amigos , sempre surgem papos mais variados . Foi quando comentei que desejava transformar o quarto dos fundos da minha casa , em um pequeno escritório, visto que as estantes da sala não mais suportam a quantidade livros , que agora empilham-se pelo chão. Ela muito prática me olhou : Por que você não doa os livros? perguntou ela. "Não" , respondi impulsivamente. Você vai ler algum desses livros de novo? , ela perguntou novamente. " Sei lá, talvez..." respondi ,com dúvidas, a minha amiga. Ela ainda tentou me convencer a doar os livros , em prol de eu otimizar o espaço da minha casa e sugeriu até mesmo que eu comprasse um Ipad . Embora não me considere uma pessoa apegada a coisas materiais , foram tantos coisas que perdi ou fui furtada que já nem dou mais conta, até mesmo livros. Esses a maioria ficaram na casa da minha mãe e foram todos doados por ela, para minha tristeza maior, a coleção inteira do Monteiro Lobato para uma biblioteca de uma escola pública, ao menos um fim mais nobre do que nas minhas empilhadas estantes. 
O fato é que eu não saberia entrar em casa e não encontrar meus livros , suas estórias , por detrás de suas histórias ou vice-versa . Me dar conta de que uma parte que sei ou penso da vida , também veio por contribuição deles e me livrar de todos eles , seria como amputasse uma parte da mim e também da minha própria história.
E ontem tive a certeza disto quando no jornal li o comentário do escritor Luis Fernando Veríssimo , na festa da Bienal do Livro, que acontece no Rio de Janeiro , em plena era do e-book:
 " Há um prazer sensual em pegar e cheirar um livro." 
Em dissonância com todos que preferem ter mais espaço , eu prefiro continuar com esse prazer sensual de poder não só de tocar neles, como também de estar com eles, embora deixando claro que nada sou contra os e-books, nem a qualquer outro tipo de tecnologia que incentive a leitura.

NEM TUDO É MENTIRA