quarta-feira, setembro 07, 2011

O prazer sensual dos livros




O domingo de praia com os amigos , sempre surgem papos mais variados . Foi quando comentei que desejava transformar o quarto dos fundos da minha casa , em um pequeno escritório, visto que as estantes da sala não mais suportam a quantidade livros , que agora empilham-se pelo chão. Ela muito prática me olhou : Por que você não doa os livros? perguntou ela. "Não" , respondi impulsivamente. Você vai ler algum desses livros de novo? , ela perguntou novamente. " Sei lá, talvez..." respondi ,com dúvidas, a minha amiga. Ela ainda tentou me convencer a doar os livros , em prol de eu otimizar o espaço da minha casa e sugeriu até mesmo que eu comprasse um Ipad . Embora não me considere uma pessoa apegada a coisas materiais , foram tantos coisas que perdi ou fui furtada que já nem dou mais conta, até mesmo livros. Esses a maioria ficaram na casa da minha mãe e foram todos doados por ela, para minha tristeza maior, a coleção inteira do Monteiro Lobato para uma biblioteca de uma escola pública, ao menos um fim mais nobre do que nas minhas empilhadas estantes. 
O fato é que eu não saberia entrar em casa e não encontrar meus livros , suas estórias , por detrás de suas histórias ou vice-versa . Me dar conta de que uma parte que sei ou penso da vida , também veio por contribuição deles e me livrar de todos eles , seria como amputasse uma parte da mim e também da minha própria história.
E ontem tive a certeza disto quando no jornal li o comentário do escritor Luis Fernando Veríssimo , na festa da Bienal do Livro, que acontece no Rio de Janeiro , em plena era do e-book:
 " Há um prazer sensual em pegar e cheirar um livro." 
Em dissonância com todos que preferem ter mais espaço , eu prefiro continuar com esse prazer sensual de poder não só de tocar neles, como também de estar com eles, embora deixando claro que nada sou contra os e-books, nem a qualquer outro tipo de tecnologia que incentive a leitura.

NEM TUDO É MENTIRA



2 comentários:

  1. Estou nessa mesma turma que você e o escritor Luis F. Veríssimo! Livro que se preza, se pega, ou se vc preferir, livro que se pega se preza! Ou seja, um caso de amor! bjs

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  2. Margareth , vc disse tudo é um verdadeiro caso de amor.

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