terça-feira, novembro 15, 2005

almoço dominical

Domingo já é um dia chato , pior ainda é quando está nublado, primeiro corre-se para o calçadão a fim de fazer um exercício e no meio do caminho passa uma nuvem preta e a chuva fina e fraca que te faz desistir e voltar para casa tentar fazer um outro programa evitando o máximo ficar em casa assistindo televisão, pois até mesmo a tv a cabo não merece ser vista tamanha porcaria que é veiculada. Foi num desses dias que eu e umas “poucas” amigas resolvemos ir a um a exposição no Centro da cidade e depois almoçar em Santa Tereza. Os restaurantes estavam cheios, alguns faziam fila na entrada. Depois de um tempo de espera e escolha achamos um lugar agradável e com a vista para mangueiras e os típicos bangalôs do bairro. Cena mais bucólica não existiria e também romântica senão estivéssemos num grupo de três amigas heterossexuais , que só falávamos de casos, namoros e ex-amores, de vez em quando uma fofoca o outra da vida do outro, enfim nada demais.
Apesar de agradável o local, nos quase desistimos de ficar lá , pois o atendimento do lugar não era boa, mas a simpatia e a gentileza dos garçons, em desculpar-se pelos erros cometidos, nos deixava sem jeito para fazer qualquer tipo de reclamação e por também sem chance para sair do local.
Além tudo, fazer o que ? Voltar para a zona sul e comer nos mesmos lugares de sempre , olhar para as mesmas caras conhecidas do Baixo Leblon ou Baixo Gávea, não era a nossa melhor opção.
Depois as pessoas ao nosso redor pareciam em perfeita sintonia , como se a paz os tivesse atingido , ninguém falava ou ria alto demais, a não ser a nossa mesa de mulheres e de um casal que aparentemente comum alternava entre sorrisos e outros até que de repente bastava olhar para o lado a mulher do casal, choramingava sem motivo aparente e debulhava-se em lágrimas, não sabíamos seria pela pimenta forte que colocara no prato, se fora uma briga conjugal ou o lugar romântico emocionava a senhora. Mas o que deveria se aplaudir com louvor foi a postura do seu parceiro, que parecia não estar preocupado com as lágrimas de sua acompanhante e devorava seu prato de comida satisfeito.
Saímos sem descobrir o que se passou na mesa do casal ao lado , que já sorriam um para outro, descemos uma das suas ladeiras para pegar o carro , esperando o bonde passar , vendo o movimento de pessoas tranqüilas caminhando pelas ruas , sem preocupação, como se não tivesse uma favela ao seu redor, como senão morassem no Rio de Janeiro e sim no Céu da terra um bloco carnavalesco do bairro, onde a sensação de paz e liberdade inalava e contagiava a todos. Ah! Santa Tereza como é bom almoçar com você aos domingos e saber que você existe.

terça-feira, novembro 01, 2005

Maldito cafézinho

Sentado à beira do computador, lembrei que nunca mais escrevi nada , nem tudo é mentira e lembrei que tem realmente dias que você não de ve nem sair de casa ,nem mesmo para comer no restaurante a quilo da esquina da sua casa, primeiros passos você pisa no cocô do cachorro e fica horas tentando limpar o sapato no canteiro logo frente e ainda fica sentindo aquele cheiro nojentopor mais algum tempo, pensando na hora de lavar o calçado no tanque assim que chegar em casa. O restaurante a quilo está lotado e você vai no lado, onde a comida nem é tão boa , mas você está com fome , então tudo bem. Escolhe uma mesa isolada do restaurante , pois não está a fim de muita conversa ,mas aquele sujeito que fingia olhar para a bandeja do self service, mas tava olhando para sua bunda, senta-se ao seu lado e tenta puxar papo de qualquer maneira, fazendo comentários sobre o tempo, o quanto está cheio no lugar e por fim perguntar teu nome e você responde acenando com a cabeça, resmunga seu nome baixo e engole (literalmente) a comida ao mesmo tempo. Despede-se rapidamente do sujeito chato e sai rapidamente do restaurante com uma vontade louca de tomar um cafézinho.

Na hora de pagar a conta , o visa eletro está fora do ar e você não tem pouco dinheiro na carteira e fica meia hora tentando passar a senha até que desiste e passa um mísero cheque de dez ou doze reais, sabendo que pagará tarifa por ser cheque inferior ao valor tabelado pelo banco. Saí do lugar não tão satisfeita, como entrei, mas com uma vontade louca de tomar café. Foi quando entrei numa dessas cafeterias transadas, sentei na mesa pedi um expresso e quando já relaxada , tomei um gole do café , passa na calçada um ex-namorado, maias aquele ex-namorado que eu terminei por alguma infatilidade , no maior amor com uma garota . E ele que sempre fez festa quando me via , me deu um aceno educado, me deixando louca de vontade de voltar e toamr o cafézinho com o chato do restaurante a quilo. Nem tudo é mentira, maldito cafézinho.