terça-feira, agosto 30, 2011

Quem me roubou de mim?


Nem sempre fazer uma leitura da situação em que estamos passando é fácil , seja do aspecto profissional , financeiro e principalmente emocional . Falo isso , porque sempre que imaginamos doenças sérias, tragédias, acidentes, achamos que só acontecem com os vizinhos, nunca conosco.Imagine as doenças emocionais , estas então nunca vão morar na casa onde se vive.
No que vamos falar , não sei se podemos chamar de casa , na verdade é um cativeiro onde o outro se deixa enredar numa teia de sedução sem limite do parceiro que sempre parece bom em demasia , com grande boa vontade e cumpridor de suas promessas , como se fosse a tábua de salvação para as suas maiores necessidades , seja quais forem : dinheiro, , viagem, carência afetiva entre outras.
O problema é quando sem perceber o pacote de generosidade começa a ser cobrado , de forma elegante, sutil , sem que se perceba tão grande o requinte intelectual é feito. Tudo é tão bem feito  e o outro que sofre na pele com isso  não consegue sentir-se livre , nem pra fazer as coisas mais simples da vida e que nunca deixaria de fazer como : descer até a esquina para dar um mergulho na praia, encontrar os amigos , tomar um chope sozinho no  balcão do bar ao lado de casa, conversar com o dono da banca de revista , discutir futebol com o amigo e assistir o jogo com ele , entre outras pequenas coisas
Parece que , uma nuvem de fumaça atrapalha sua visão e o suposto devedor começa a fazer aquilo que não faria nem junto , muito menos separado. Mas faz, pois sente-se culpado em relação ao outro , embora não saiba o motivo.  E pior, ainda abre mão dos seus desejos em nome de acertar a relação com o outro , com quem sente-se sempre em débito.
Assisti uma reportagem em que baseio a minha crônica de uma psicanalista famosa chamada Silvia Malamud ,  o qual chama esse tipo de aprisionamento de : Sequestro da alma. E que consiste em nos perdermos, perder o direito de decidir sobre a nossa vida, perder a subjetividade em função do outro, viver dependentemente, no campo da própria alma ao outro. Esquecer de quem somos, da nossa totalidade e passamos a viver sem escolha, onde o outro suga ate mesmo nossa historia, nossa singularidade e nosso ser.
Tem um pedaço da letra da  canção “Eu te darei o céu” do Roberto e Erasmo Carlos , que diz assim :
“ quanto tempo eu vivi a procurar, por você , meu bem
Até lhe encontrar . Mas se você pensar em me deixar .
Farei o impossível pra ficar.
Até...”
Nada mal pra o sequestrador , que não quer obter nenhuma vantagem material sobre o seu refém , mas sim a dependência emocional deste , que se não lutar e procurar realmente ajuda (amigos, família e principalmente terapia) não conseguirá fugir do cativeiro e poderá além da auto estima já destruída , efeitos devastadores em sua vida e para o resto dela.
Assim como diz Silvia Malumud :
“ Lembre-se que a vida é única e que estamos aqui para sermos felizes de verdade . Não se acostume com o que não lhe faz bem , tudo pode mudar pra melhor. Ouse e conquiste.”

NEM TUDO É MENTIRA

Dica de filme : A FELICIDADE NÃO SE COMPRA – Direção Frank Capra .

8 comentários:

  1. Lindo, humano, real, bela Noca... Quando suscetíveis não apenas ao bem, a beleza da exposição nua e crua e sua coragem nos torna reais e aí, minha amiga, resplandecemos a beleza. Linda crônica! Parabéns

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  2. PERFEITO NOEMY! COMO SEMPRE.......

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  3. Excelente cronica!Parabéns! Quem me roubou de mim???

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  4. Triste verdade!
    Nadia Magalhães

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  5. Oi, cheguei aqui pelo Dihitt e realmente fiquei encantada com o seu blog. Parabéns!

    Depois passe lá no meu blog
    também sou fã das crônicas do nosso dia-a-dia.

    bjos
    claudinha

    http://clpompeu.blogspot.com/

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