Incrível saber que há 220 anos
atrás se deu inicio ao que é considerado segundo Natal, para cidade de Belém,
não aquela onde nasceu o menino Jesus, mas uma próxima a linha do Equador , o
chamado Círio de Nazaré : uma procissão em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré
, realizada todo segundo domingo de outubro.
As
festividades da cidade em torno de sua “mãe” , começam dias antes do
acontecimento , onde o super aquecimento da cidade ultrapassa até mesmo as
poucas sombras das mangueiras que a cercam e fazem túneis
em suas ruas , aumentando ainda mais a elevada temperatura do lugar , que não
conhece dias frios.
Entre
a multidão de fora do estado e interiorana que chega e aquece a cidade , a
imagem da sua padroeira passeia por vários lugares sejam os presídios e uma
procissão fluvial abençoando os rios que cercam a cidade até chegar ao porto ,
onde é escoltada até a sua “casa” pelas centenas de motoqueiros do lugar.
Descansada
do passeio fluvial “Nazica”, reúne multidão quando resolve adormecer na casa do
Bispo , não antes de ser homenageada pelos trabalhadores da zona portuária que
comemoram seu passeio noturno com fogos de artifícios , como se fosse a virada
do ano. Após breve pausa e agradecida pela homenagem , segue o cortejo em cima
de seu trono , puxa da por uma corda de fiéis e agradecidos promesseiros.
Recebida
em grande estilo , pelo dono da casa em sua antiga catedral, “ Nazaré”
prepara-se para poucas horas de sono, visto que no dia seguinte sua última
saída matinal pelas ruas do lugar tem ser majestosa , como é digna da Rainha
dos paraenses.
E assim
revestida de um manto feito exclusivamente para o dia, bordado a mão e com
detalhes em ouro e pedras preciosas, Vossa Santidade é colocada no seu altar
para que retorne ao seu lar, onde não menos enfeitado está adornado em flores
sua “carruagem”. Ela desfila pelo seu reino soberana e única, num trajeto de
quase 4 quilômetros , até chegar em sua casa.
Sua simpatia e
simplicidade de alguém que reina há mais de dois séculos é incontestável, não
há regime ditatorial mais democrático do que a passagem de paz e amor que
consegue tão carismática senhora que consegue reunir em um único dia 2 milhões
de pessoas para lhe verem passar , sem distinção de raça, classe e também
religião coisa de fé.
Nem tudo é
mentira.
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