terça-feira, setembro 18, 2012

Coerente,eu?




Houve um tempo que eu achava o máximo aquelas pessoas cheias de opiniões para tudo, de certezas e verdades inquestionáveis. Tinha uma verdadeira admiração por elas , ao ponto de um dia querer me tornar uma delas.  Mas hoje  confesso que fico aliviada de nunca ter conseguido ser assim. 
         Imaginar ficar paralisada em um determinado estilo de vida , me dá arrepios. Ter sempre um entendimento, uma razão ou explicação para tudo e para todos. Isso é algo que não condiz com a montanha de pensamentos diferentes, cada vez mais cheios de poucas certezas, que passam pela minha cabeça.
         Tenho preguiça dessa gente que acha tudo tão coerente e que repete rituais e conceitos uma vida inteira para não errar ou pelo menos tentar não errar ,o que é impossível , embora o mais coerente dos mortais também erre.
         O único fator que faz o “Coerente” errar menos que você e que eu , é fato dele não  se arriscar, exatamente por que ele tem aversão de mudança e assim fica fácil manter a vida sob controle. Ele o "Coerente" se conforma e acredita que o certo é o certo e o errado é o errado, um clichê clássico como toda a vida dele . Imaginar que o errado possa ser o certo e o certo possa ser o errado ;é missão impossível.
         E o defeito pior do “Coerente” é que o mesmo é um crítico feroz da vida alheia. Claro  que, nunca da sua vida esta é blindada da redoma de proteção diante aos seus preceitos e concepções. O incrível é achar que resolve a sua vida e dos que o rodeiam em cinco minutos. Achar soluções para tudo é o seu dito, que inclui também seguir a  a cartilha da “correta da vida” ,como se houvesse realmente uma cartilha para viver. Meu caro Coerente , onde foi para a sua coerência?
         Não levanto a bandeira da incoerência, mas acho a coerência em demasia chata. E vou continuar a dobrar a esquina diversa da minha casa, fazer o caminho mais longo dela e vê novas paisagens. Trocar a dial do rádio. Sair sem protetor num dia ensolarado. Assistir um ópera pela primeira vez na vida. Ler um romance mamão com açúcar. Gastar mais do que posso. Faltar o trabalho no dia de semana. Terminar um relacionamento. 
         E lamento você, que não consegue fazer isso, por que segue em frente na sua linha coesa de pensamento e preso a seus próprios padrões. Optei seguir aprendendo como dizia o genial Raul Seixas: “prefiro ser  uma metamorfose ambulante ,do que ter uma velha opinião formada sobre tudo.”  
                                        Nem Tudo é mentira



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