No
último domingo ganhei o livro do autor Antonio Prata, chamado “Nu de botas”,
fiquei encantada com a forma com que o “menino Antonio” conta as suas
recordações de infância. O meu encantamento se deu não só a forma lúdica como
ele conta suas crônica, mas por uma real identificação com o tempo que vivi
minha infância.
Embora sendo mulher,
tendo vivido a infância e adolescência nos anos 70/80 recordo bem das
brincadeiras e brinquedos da época , alguns de meninos que eu também brincava
quando a imaginação acabava e a boneca “Suzi” não tinha mais nada a oferecer e o interessante era o forte
apache e o Playmobil do meu irmãozinho, com sua dezenas de opções.
O livro me fez lembrar o
carro Dodge vinho do meu avô paterno, Vovô Vavá, que parecia um carro de cinema, grande e
chamativo. Recordei das horas que passava à frente da televisão assistindo
perna longa, Flisntones e o Sítio do Picapau Amarelo , da minha primeira
bicicleta grande , era uma caloi ,da cor
verde, que usei até onde não podia mais e ela após muito chororô foi substituída
por uma Ceci Prata que vinha com cestinha e que eu achava ser a a sensação do
condomínio da casa de praia dos meus pais
Enfim as reminiscências da minha infância
vieram todas à tona cada vez que lia as páginas do livro e uma vontade grande de
ter escrito ele. Sempre sinto isso quando gosto muito de algum livro que leio.
Confesso que a leitura me trouxe um misto de melancolia e alegria cada vez que
lembrava de detalhes daquele que para mim foi um maravilhoso tempo.
Intitulei essa crônica
de “reminiscências” , pois também a palavra me lembra minha avó materna e minha
mãe que adoravam no café da tarde recordar uma história do passado ou da
infância de um das duas. E quando acabavam de contar a tal história uma dizia
para outra numa espécie de código entre elas , seguido de uma risada: “ Você e
suas reminiscências de criança.”
O mais engraçado nisso
tudo é que em todos os cafés da tarde , as duas quase sempre repetiam as
histórias ouvida e contada centenas de vezes. O curioso é saber o motivo de sempre
pedirmos para que nossos pais relembrem à antiga história conhecida, que
sabemos de cor e salteado e que repetimos com eles as frases ditas e damos
juntos sempre as mesmas risadas.
Talvez um misto de
cumplicidade em ser você o próximo narrador da história de sua família, junto
com as risadas geradas e por que não a própria melancolia de contar para o outro
ouvinte a sua própria história , que provavelmente não serão chamadas de reminiscências,
termo antigo , mas com certeza serão recordações e lembranças ou outro nome
inventado, mas para mim serão sempre apenas reminiscências.
Nem tudo
é mentira.
https://www.facebook.com/nemtudoementira
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