terça-feira, julho 12, 2011

Cantares

(imagem de Meinrad Craighead)

Faz pouco mais de um mês que li, após a indicação de um amigo, o que acho que é o melhor e mais antigo poema de amor e sensualidade e, pasmem!, está na Bíblia - no Antigo testamento, chamado “o Cântico dos cânticos”, também conhecido como o Cântico de Salomão ou Cantares de Salomão.
E cada vez que relia seus versos , questionei o que um texto tão sensual , quase erótico fazia dentro do dito livro Sagrado.  O que me fez pesquisar sobre o tema e descobrir que alguns religiosos (me parece os judeus) interpretam como o retrato de Deus, como esposo de seu povo. Outros cristãos interpretam como a figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Confesso aqui, bom lugar para isso , que nada tenho de religiosa ,embora minha ascendência seja judaica, visto meu nome e sobrenome, pouco conheço dessa crença, como também, apesar de batizada na Igreja católica, nunca a freqüento. Assim, minha interpretação desse poema, malgrados a interpretações alegorizantes que foram dadas ao longo dos séculos, não passa do amor de uma mulher e de um homem, amor erótico e pleno – talvez um cântico nupcial, de festa de casamento. Como sendo não só o mais sensual livro da Bíblia e de uma das realizações de mais alta poesia de todos os tempos – e começa pelos célebres versos:
“Beija-me com beijos de tua boca / Teus amores são melhores do que o
vinho / o odor dos teus perfumes é suave/ e o seu nome é pra mim como perfume derramado”
Embora tenhamos lendárias histórias de amor (Abelardo e Eloísa, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Eros e Psique e também Adão e Eva), acredito assim, que o poema tornou-se o arquétipo do encontro amoroso, da unificação dos contrários e da integração e principalmente da beleza do amor humano:
“... Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte.” (Cântico 8:6)

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