Procura-se Amy
Na primeira vez que ouvi Amy Winehouse me arrepiei com sua voz, pensei que se tratava de alguma nova cantora negra americana - do talento de Nina Simone, Ella Fitzgerald e da minha sempre preferida Billie Holiday -, mas para minha surpresa maior descobri que se tratava de uma cantora branca, inglesa e de família judia.
Fiquei mais encantada quando descobri que a garota inglesa não só cantava maravilhosamente bem, mas também fazia as letras de suas canções onde expunha suas fragilidades quando chorava de amor no chão da cozinha ou confessava que pensava no ex saindo com outro ex e repetia que o amor é um jogo perdido (Love is a losing game). Adorava quando cantava e rebolava com seu topete e jeito de menina/mulher, meio frágil/forte que não, não e não ia para a reabilitação.
Triste ver que a cantora drogada e problemática fez o que todo mundo esperava, logo ela que nunca foi programada, atendeu ao seu fã público mórbido que perguntava-se a todo instante: quanto tempo mais ela ia durar? Pois é, respeitável público: vocês venceram as apostas e Amy dessa vez foi ao show e cantou até o final.
Lamento a sua morte e nunca ter ido no seu show, amava a cantora pelo que ela era, como falei acima, ao mesmo tempo forte e frágil, pelo seu humor, sua auto-ironia e principalmente pela sua entrega e pelo amor que ela impunha através de suas letras e de sua voz linda de chorar, que infelizmente não vai mais morrer cem vezes como em Black to Back